A neurocirurgiã Grace Mary Lydia, do Centro Hospital Municipal de Santo André, no ABC Paulista, afirmou nesta tarde que a jovem Eloá, 15 anos, está em estado de coma irreversível. Segundo ela, no primeiro exame neurológico realizado hoje, a menina não apresentou atividade cerebral. No entanto, para que a morte cerebral seja confirmada, o protocolo médico exige um segundo exame após um intervalo de seis horas.
Segundo Grace, não houve evolução alguma no quadro de Eloá desde a manhã até a tarde e ela permanece em estado gravíssimo. A jovem está no nível mais crítico de coma, mas apresenta pressão e temperatura estáveis. "Ela está hemodinamicamente estável", falou.
A médica afirmou ainda que não conhece nenhum caso de recuperação plena de pacientes que chegaram ao nível de coma que Eloá atingiu. Questionada sobre qual seria o prognóstico mais otimista, a médica afirmou que "se ela se recuperar, ela provavelmente ficará em estado de coma vegetativo". No entanto, declarou que é cedo para falar em doação de órgãos.
Perguntada sobre como a família da menina está, a neurocirurgiã disse que a família está sofrendo muito. A diretora do hospital, Rosa Aguiar, afirmou que a mãe e o irmão de Eloá estão na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) ao lado da paciente. "Eles recebem apoio psicológico e estão muito abalados", disse.
Somente os pais e os dois irmãos da jovem têm trânsito livre para ficar ao lado de Eloá na UTI. A equipe médica informou que se pronunciará novamente sobre o estado de saúde da jovem à 0h.
Nayara
O cirurgião buco-maxilo-facial Gabriel Pastore afirmou que o quadro de Nayara, amiga de Eloá, evolui bem. "Não há mais restos de fragmentos de bala. O quadro é de progressão para melhora", disse. A adolescente levou um tiro próximo da boca e do nariz. Ela passou por cirurgia ontem para extrair a bala.
Pastore disse que a adolescente apresenta bastante sonolência. "Ela tem dormido muito, o que é normal para alguém que passou pela situação de estresse que ela viveu", falou.
O secretario de Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, afirmou que o hospital não permitira que Nayara seja interrogada enquanto estiver internada. "Enquanto ela estiver internada aqui, não vamos permitir nenhum tipo de interrogatório da parte da polícia", disse.
"É importante preservar a paciente. Só permitiremos contato posteriomente à alta", falou o secretário.
O cirurgião afirmou que a equipe tem procurado poupar a adolescente do ponto de vista emocional. "Não vamos passar a ela nenhuma carga emocional", disse.
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